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desigualdade

Artigo | O capitalismo é para poucos

Um número minúsculo de pessoas (menos de 0,1%) possuem 25% da riqueza mundial

10.dez.2020 às 11h45
São Paulo (SP)
Michael Roberts

Dora Longo Bahia. Revoluções (projeto para calendário), 2016 Acrílica, caneta à base de água e aquarela sobre papel (12 peças) 23 x 30.5 cm cada - Reprodução

Apenas 1% do topo das famílias possui 43% da riqueza global, os 10% seguintes possuem 81%, enquanto os 50% da base têm apenas 1%. Este 1% é formado por multimilionários em riqueza líquida (descontadas já as dívidas); há apenas 52 milhões deles. Dentro desse 1%, há 175.000 pessoas ultraricas que abocanham mais de $50 milhões de dólares em riqueza líquida. Ou seja, um número minúsculo de pessoas (menos de 0,1%) possuem 25% da riqueza mundial!

A informação vem do relatório de 2020 produzido pela organização Credit Suisse Global Wealth, que acaba de ser divulgado. O relatório continua sendo a análise mais abrangente e explicativa da riqueza global (não confundir com a renda), assim como da desigualdade da riqueza pessoal no mundo. Todos os anos, esse relatório analisa a riqueza de 5,2 bilhões de pessoas em todo o mundo. 

A riqueza é composta pelos ativos financeiros (ações, obrigações, dinheiro, fundos de pensões etc.) e propriedades (casas etc.) possuídas. O relatório apresenta a riqueza descontando já as dívidas. Os autores do relatório são James Davies, Rodrigo Lluberas e Anthony Shorrocks.

De acordo com o relatório de 2020, a riqueza familiar total global aumentou US$ 36,3 trilhões durante 2019. Mas a pandemia de covid-19 cortou esse aumento de 2019 quase pela metade (US$ 17,5 trilhões) entre janeiro e março de 2020.

No entanto, como os mercados de ações e os preços das propriedades se recuperaram celeremente, graças às injeções de crédito do governo e do banco central, os pesquisadores do Credit Suisse avaliam que a riqueza total das famílias ainda estava ligeiramente acima em meados de 2020 em comparação com o nível no final do ano ado, embora a riqueza por adultos tenha caído.

Em meados de 2020, a riqueza das famílias globais era de US$ 1 trilhão acima do nível de janeiro, um aumento de 0,25%. Como isso é menos do que o aumento no número de adultos no mesmo período, a riqueza global média caiu 0,4% para US$ 76.984. Em comparação com o que seria esperado antes do surto de covid-19, a riqueza global caiu US$ 7,2 trilhões, ou US$ 1.391 por adulto, em todo o mundo.

Leia também: Tributar super-ricos no Brasil é uma "questão de justiça”, diz Fátima Silva da CNTE

A região mais afetada foi a América Latina, onde as desvalorizações cambiais reforçaram as reduções do Produto Interno Bruto (PIB) em dólares, resultando em uma redução de 12,8% na riqueza total em dólares. 

A pandemia também erradicou o crescimento esperado na América do Norte e causou perdas em todas as outras regiões, exceto China e Índia. Entre as principais economias globais, o Reino Unido testemunhou a maior erosão relativa da riqueza.

O mais chocante é a ainda enorme desigualdade de riqueza das famílias em todo o mundo. Conforme mostrado pelo gráfico da pirâmide de riqueza abaixo, a desigualdade permanece gritante, tanto geograficamente entre o “norte rico” e o “sul pobre”, assim como entre famílias dentro dos países.

No final de 2019, a América do Norte e a Europa respondiam por 55% da riqueza global total, com apenas 17% da população mundial adulta. Em contraste, a parcela da população era três vezes maior do que a parcela da riqueza na América Latina, quatro vezes a parcela da riqueza na Índia e quase dez vezes a parcela da riqueza na África.

As diferenças de riqueza dentro dos países são ainda mais pronunciadas. O 1% do topo dos detentores de riqueza em um país normalmente possui entre 25% e 40% de toda a sua riqueza; os 10% seguintes geralmente respondem por montantes que ficam entre 55% e 75%. 

No final de 2019, os milionários em todo o mundo – que somam exatamente 1% da população adulta – representavam 43,4% do patrimônio líquido global. Em contraste, 54% dos adultos com riqueza abaixo de US$ 10.000 (ou seja, praticamente nada) juntos reuniram menos de 2% da riqueza global.

Leia também: OMS: ricos não podem "pisotear" os pobres na corrida por vacina para a covid

Os pesquisadores avaliam que o impacto mundial sobre a distribuição da riqueza dentro dos países tem sido notavelmente pequeno, dadas as perdas substanciais do PIB relacionadas à pandemia. 

Na verdade, não há evidências sólidas de que a pandemia tenha sistematicamente favorecido os grupos de maior riqueza em relação aos grupos de menor riqueza ou vice-versa. Em 2019, o número de milionários em todo o mundo disparou para 51,9 milhões, mas mudou muito pouco no geral durante o primeiro semestre de 2020.

No ápice da pirâmide da riqueza, o relatório estima que, no início deste ano, havia 175.690 adultos com patrimônio líquido super alto no mundo com patrimônio líquido superior a US $ 50 milhões. O número total de tais adultos aumentou 16.760 (11%) em 2019, mas 120 membros foram perdidos durante o primeiro semestre de 2020, deixando um ganho líquido de 16.640, desde o início de 2019.

Durante o primeiro semestre de 2020, o número de milionários diminuiu em 56 mil no geral, apenas 1% dos 5,7 milhões adicionados em 2019. O número de membros aumentou em alguns países e alguns perderam números significativos. O Reino Unido (queda de 241 mil), Brasil (queda de 116 mil), Austrália (queda de 83 mil) e Canadá (queda de 72 mil) eliminaram mais milionários do que o mundo como um todo.

Parece que a desigualdade de riqueza diminuiu na maioria dos países durante o início dos anos 2000. A queda na desigualdade dentro dos países foi reforçada por uma queda na desigualdade “entre os países”, alimentada por rápidos aumentos na riqueza média nos mercados emergentes. 

Leia também: Senado da Argentina aprova criação de imposto sobre grandes fortunas

A tendência tornou-se mista após a crise financeira de2008, quando os ativos financeiros cresceram rapidamente em resposta à flexibilização quantitativa e às taxas de juros artificialmente baixas. Esses fatores aumentaram a participação do 1% do topo dos detentores de riqueza, mas a desigualdade continuou a diminuir para aqueles abaixo da cauda superior.

 Hoje, os 90% da base representam 19% da riqueza global, em comparação com 11% no ano 2000. Em outras palavras, houve uma concentração da riqueza para o 1% do topo (e ainda mais para 0,1%), mas com alguma dispersão entre os 99% restantes.

Os pesquisadores concluíram que o pequeno declínio na desigualdade de riqueza no mundo como um todo “reflete a redução dos diferenciais de riqueza entre os países, visto que as economias emergentes, particularmente China e Índia, cresceram a taxas acima da média. 

Esta é a principal razão pela qual a desigualdade de riqueza global caiu nos primeiros anos do século e, embora tenha aumentado durante a década que vai de 2007 a 2016, acreditamos que a desigualdade de riqueza global voltou a entrar em uma fase de queda após 2016”.

Em suma, o que o relatório mostra é que bilhões de pessoas não têm riqueza líquida nenhuma e que a distribuição da riqueza pessoal global reflete um mundo em que há alguns gigantes tais como Gulliver da fábula estão agora olhando para baixo e contemplando uma massa imensa de liliputianos.

*Michael Roberts é economista. Autor, entre outros livros, de The Great Recession: a Marxist View.

**Publicado originalmente em The next recession blog.

***Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Leandro Melito
Traduzido por: Eleutério F. S. Prado
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