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Coronavírus

Região onde morreu primeiro indígena no MS tem um médico para atender 17 mil pessoas

Segundo advogado do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) população local vive em miséria extrema e covid irá agravar

21.jun.2020 às 15h32
Belém (PA)
Catarina Barbosa

Indígenas Guarani e Kaiowá em Dourados (MS) - Egon Heck/Cimi

Na última semana a SES (Secretaria de Estado de Saúde) do Mato Grosso do Sul registrou o primeiro óbito de um indígena em decorrência de coronavírus no estado, um homem de 59 anos, da etnia Guarani Kaiowa, de Dourados (MS). O óbito foi confirmado na última quinta-feira (18). No estado são 40 mortes confirmadas por covid-19.

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Na aldeia Bororó, localizada na Terra Indígena (TI) Dourados, no sudoeste do Mato Grosso do Sul, a população está enfrentando dificuldades para receber atendimento médico para a covid-19. Segundo o indígena Deka Kayapó morador da aldeia, mais de 50 indígenas estão com os sintomas da doença no local.

O único posto de saúde da região tem apenas um médico e um enfermeiro para atender cerca de 17 mil indígenas, das duas reservas: Jaguapiru e Bororó. A população Guarani Kaiowá é ainda maior, com quase 50 mil indígenas.

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A aldeia Bororó é toda de chão de terra batida. No local, há poucas árvores e muito mato. As casas são precárias, feitas com tábua de madeira e telhas de fibrocimento, que esquentam muito. Há água encanada, mas ela tem faltado dia sim, dia não e as poucas famílias que têm casa de alvenaria, e mesmo assim enfrentam as mesmas dificuldades comum a todos moradores.


No posto de saúde que atende indígenas guarani-kaiowá há apenas um médico e um enfermeiro. Foto: Deka Kayapó/Arquivo Pessoal

Retirante

Deka Kayapó e sua família moravam na Ilha do Murici, próxima da Vila da Ressaca, na Volta Grande do Xingu, contudo, com o início da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, eles foram expulsos do território. O alagamento causado pela obra cobriu de água tudo o que eles plantavam e a sobrevivência no local tornou-se impossível. 

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"Por conta da enchente a gente não teve como ficar. Depois meu pai voltou para ver se a gente conseguia aguentar por lá, porque não tinha outro lugar pra gente. A gente começou a plantar e a enchente começou a cobrir tudo o que a gente plantava e a água acaba matando as plantas. Eles não deram apoio nenhum pra gente", afirma o indígena sobre os empresários de Belo Monte.

Com a situação, Deka Kayapó se mudou em 2011 para o Mato Grosso do Sul onde conheceu a sua esposa. O pai, irmãos e tios estão espalhados pelas cidades de Senador José Porfírio (PA) e Altamira (PA) e alguns ainda buscam sobreviver próximo a Belo Monte. 


Casa de indígena na aldeia bororó, no Mato Grosso do Sul. Foto: Deka Kayapó/Arquivo Pessoal

Miséria extrema

Anderson Santos, advogado do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), no Mato Grosso do Sul, diz que há uma superpopulação de indígenas vivendo na aldeia e que se encontram em uma situação de miséria extrema o que tende a se agravar com os efeitos da pandemia.

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"Faltam máscaras, álcool em gel, orientações quanto aos cuidados da covid-19. E o principal foco de contágio na aldeia foram trabalhadores de frigoríficos da JBS" afirma o advogado.

Alguns guarani-kaiowá têm plantação de milho, outros de mandioca e outros que não têm condições de preparar a terra para o plantio arrendam a área para não indígenas. Com o pagamento pelo arrendamento da terra, eles compram alimentos na cidade. Deka Kayapó, por exemplo, trabalha na construção civil, ou como ele melhor se denomina: espécie de faz tudo. 

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Por ter perdido seus documentos na ida para a aldeia Bororó, ele não teve como fazer o cadastro para receber a renda emergencial e não fez nenhum dia de isolamento durante a pandemia. 

"Eu saio de máscara todo dia de casa, eu levo duas ou três e levo o álcool em gel com detergente e quando chega na obra de duas em duas horas eu troco a máscara e lavo e o álcool em gel e vai nisso", conta. 

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Questionado se não tem medo da covid-19, o indígena disse que é a única forma de conseguir dinheiro para sustentar a esposa, que já tem dois filhos e o casal está à espera de mais um. 

O indígena conta que muitos estão desempregados e sem como conseguir o seu sustento por conta da pandemia e ele, por ter uma boa relação com o seu empregador, pediu que ele o alocasse – mesmo durante a pandemia – em serviços de forma que pudesse continuar recebendo seus pagamentos. 

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"Para a gente conseguir emprego na cidade, pelo fato de a gente ser indígena, é bem difícil que o preconceito aqui é bem grande. Se sabem que a gente é indígena, a vaga de emprego que a gente ia conseguir, já era. Eles estão quebrando o meu galho", diz. 

Como se não fosse suficiente, a falta de estrutura e o desemprego, os indígenas ainda enfrentam um grande problema com a violência por parte de fazendeiros, pistoleiros e até os próprios indígenas.

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O problema começou quando alguns indígenas ficaram sem recursos para poder preparar a terra para o plantio. Dessa forma, eles arrendavam a terra para não indígenas. 

"Parece que eles davam a terra para o branco plantar e quando chegava a colheita, eles davam uma parte em dinheiro para o dono da terra. Mas com o ar do tempo foi sempre acontecendo isso parece que o branco que fazia a plantação direto tomou posse da área e parece que não quer mais devolver. Aí tá sempre a luta lá, é tiro, facão, pedra. Às vezes a polícia vai lá e mete tiro ou então o pessoal da fazenda manda outros lá derrubam as casas, queimam", diz ele. 

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O Brasil de Fato entrou em contado com a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) para saber quais atendimentos estão sendo fornecidos para a aldeia, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.

Editado por: Lucas Weber
Tags: cimicovidmato grosso do sul
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