Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Política

VENDE-SE TUDO

Embraer muda de nome para Boeing Brasil e consolida entrega do patrimônio nacional

Para especialistas, acordo entre empresas concretiza ameaça à defesa e à soberania do país

24.maio.2019 às 15h33
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h49
São Paulo (SP)
Lu Sudré
Agora, a Embraer possui apenas 20% de sua divisão comercial

Agora, a Embraer possui apenas 20% de sua divisão comercial - Foto: Divulgação

Boeing e Embraer anunciaram, nesta quinta-feira (23), que o setor da estatal brasileira responsável pela aviação comercial agora chama-se Boeing Brasil – Commercial. A mudança de nome é oficializada após dois anos de tratativas e acordos entre a corporação norte-americana e a empresa brasileira, que afirmam estar estabelecendo uma t venture, termo utilizado em referência a empreendimentos conjuntos e parcerias comerciais. 

Porém, a partir desse novo acordo, a “velha” Embraer terá apenas 20% de sua própria área comercial, enquanto a Boeing controlará os 80% restantes.  A compra, aprovada no início do ano pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), custou cerca de 4,2 bilhões de dólares para a empresa estrangeira. A previsão é que o negócio seja concluído até o final deste ano, com aprovações em órgãos regulatórios no Brasil e no exterior. 

As negociações que poderiam levar a uma suposta aliança entre as empresas é amplamente criticada por especialistas na área. Para Marcos José Barbieri Ferreira, coordenador do Laboratório de Estudos das Indústrias Aeroespaciais e de Defesa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a troca de nome deixa claro que, na verdade, a divisão de aviação comercial da estatal está sendo vendida. 

Barbieri explica que a Embraer se divide em três grandes áreas: comercial, executiva e defesa. E que, agora, abre mão de seu carro chefe.

“A área comercial é a principal área, a mais importante. Representa aproximadamente 55%, 60% do faturamento. É mais da metade da receita da empresa e cerca de 90% do lucro. O que vai sobrar? Uma empresa que representa pouco mais de 40% da receita e 10% do lucro. É um desmonte da empresa. Pior ainda: transfere-se para a Boeing as principais unidades produtivas, as mais avançadas”, diz, em referência à base da então estatal, localiza na avenida Faria Lima, na cidade de São José dos Campos (SP), e outras duas unidades em Portugal.

:: "Negócio da Embraer com Boeing é venda da empresa, não fusão", afirma Dieese ::

De acordo com dados oficiais da empresa, o faturamento da Embraer teve, em 2017, participação de 16% do setor de defesa e 26% da aviação executiva. Já a parte de produção de aviões comerciais foi responsável por 58% dos lucros.

Prejuízo ao desenvolvimento tecnológico

O pesquisador acrescenta que o desenvolvimento tecnológico das outras áreas também está comprometido, já que ao vender a divisão comercial para a Boeing, há um desmantelamento na produção das outras áreas, que se desenvolvem simultaneamente, a partir das mesmas pesquisas e laboratórios. “O que sobrar da defesa e executiva não vai parar de pé. É inviável economicamente a médio e longo prazo. Está se inviabilizando a empresa tecnológica e economicamente”, analisa. 

Ele é enfático ao afirmar que o país está perdendo o setor mais avançado de alta tecnologia que já desenvolveu. “Além de ser uma grande fabricante de aviões, a terceira maior do mundo e muito bem sucedida na área dela, para dentro do Brasil, do ponto de vista tecnológico, ela é a maior empresa da área tecnológica do país, quando falamos de alta tecnologia. Tem empresas importantes como a Petrobras e outros setores, mas, em setor que envolve alta tecnologia, é a única grande empresa de tecnologia com uma inserção ativa no mundo.” 

Segundo Herbert Claros, trabalhador da Embraer e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o resultado do “acordo comercial” entre as empresas será negativo para o desenvolvimento nacional como um todo. 

“O nome traduz tudo que a Boeing, na verdade, tem feito nos últimos anos: transformar uma empresa brasileira, que os brasileiros construíram, em uma empresa norte-americana. [Com a mudança de nome] Fica comprovado todas as denúncias que fizemos em relação à soberania nacional. Nós entregamos o maior patrimônio da indústria tecnológica do nosso país para os americanos”, denuncia. 

“Nós vamos virar um quintal de produção. Sendo que hoje produzimos e geramos tecnologia. A partir do ITA [Instituto Tecnológico da Aeronáutica], das universidades públicas federais do país. Isso vai acabar. E não vai ser daqui muito tempo. O próprio nome já traduz tudo. Não respeitaram nem 50 anos de história da Embraer”, lamenta o trabalhador, que já representou sua categoria no Conselho istrativo da empresa. 

Herbert acredita que o futuro dos trabalhadores da então estatal, assim como da produção da empresa é incerto. Ele e outros colegas conheceram a Boeing nos Estados Unidos e identificaram que a empresa que “coloca seus interesses acima de tudo” e com uma postura antissindical muito forte. 

“Nos últimos cinco anos, a empresa demitiu 36 mil trabalhadores nos Estados Unidos. Uma empresa que tem esse tipo de postura, não vai proteger os empregos no Brasil”, disse.

O sindicalista cita ainda que devido a crise que a corporação vive atualmente, envolvendo os aviões do modelo 737 Max, não haverá investimento no Brasil.  

País sem defesa

O coordenador do Laboratório de Estudos das Indústrias Aeroespaciais e de Defesa da Unicamp, Marcos Barbieri Ferreira, compartilha da preocupação de Herbert com a soberania do país. Na visão do especialista, que estuda o tema há mais de 15 anos, a Embraer também é a principal empresa da indústria de defesa do Brasil.

“Todos os projetos grandes de defesa estão na mão da Embraer. O [avião] KC 390 que é de transporte, o Gripen que é um caça, os satélites também são da Embraer. O projeto de vigilância da Amazônia está com a Embraer, o projeto de fabricação de radares também. Ela é estratégica do ponto de vista tecnológico e todas as decisões do que vai ser produzido e de quando vai ser produzido no Brasil serão decididas em Chicago, onde é a sede da Boeing ”, critica. 

Editado por: Aline Carrijo
Tags: embraerentreguismoradioagênciasoberania
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Luta por justiça

Familiares de Victor Cerqueira participam de audiência pública sobre letalidade policial na Bahia nesta sexta (30)

DESIGUALDADE

Economia não gira com dinheiro na mão de poucos, diz Lula

ARTIGO

Governo Lula e os bilionários da floresta: errar hoje para errar muito mais amanhã

MEMÓRIA

El guacho – Pepe Mujica

Pressão do Congresso

Governo acerta no IOF, mas erra na comunicação, avalia cientista político

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.