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Imprensa

Colunista do “Estadão” se desliga da empresa e acusa censura

Nas últimas semanas, outros profissionais da imprensa se desligaram por motivos semelhantes

15.nov.2018 às 18h46
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h46
São Paulo (SP)
Júlia Rohden
Colunista Ruth Manus publicou relato nas redes sociais condenando a censura no jornal

Colunista Ruth Manus publicou relato nas redes sociais condenando a censura no jornal - Reprodução Facebook

Ruth Manus, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, afirmou, por meio de uma postagem no Facebook nesta terça-feira (13), ter sido demitida após escrever texto crítico ao candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Segunda ela, o jornal a proibiu de se manifestar politicamente. Manus teria respondido que “se não estivessem dispostos a preservar sua liberdade como colunista, que ficassem à vontade para rescindir o seu contrato” — o que aconteceu algumas semanas depois.

Este é apenas um entre vários casos de jornalistas que acusam de censura as empresas na qual trabalhavam durante as eleições. Na última semana antes do segundo turno, o jornalista Juremir Machado pediu demissão ao vivo no programa "Bom Dia", da Rádio Guaíba, protestando contra a decisão da rádio de não permitir perguntas ao candidato do PSL. Apenas o apresentador Rogério Mendelski, conhecido pelas suas posições simpáticas ao candidato, estava autorizado a fazê-lo. “Podemos dizer que Bolsonaro nos censurou?”, questionou, ao vivo. 

No início deste mês, Rogerio Galindo foi demitido do jornal paranaense Gazeta do Povo, no qual trabalhou por 18 anos. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná afirmou em nota que “durante a campanha eleitoral, o blog de Galindo foi o contraponto de uma cobertura favorável a Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e crítica a Fernando Haddad (PT-SP)”.

Em editorial, o jornal chegou a defender que os brasileiros fossem às urnas “dizer um inequívoco ‘não’ ao grupo político que governou o país por quase 14 anos, deixando uma herança maldita que persiste mesmo dois anos e meio após o impeachment de Dilma Rousseff”.

Maria José Braga, presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), afirma que Galindo foi censurado e demitido por ter uma posição diferente da linha editorial do jornal. “No caso do Rogerio, ele tinha uma coluna e foi demitido por se expressar politicamente em razão das eleições. Nesse caso, fica muito claro o cerceamento à liberdade de expressão”. 

Braga ressalta que casos de censura a profissionais da imprensa são difíceis de quantificar porque raramente são denunciados pelo medo de perder o emprego ou não conseguir futuros trabalhos. “Nós sabemos que acontece, mas infelizmente é a violência contra jornalistas mais difícil de ser mensurada”, diz. Em relação a demissão de Ruth Manus, a presidenta da Fenaj afirma que a entidade ainda não conseguiu contato com a colunista para confirmar o caso.

Apoio a Temer e Bolsonaro

Um jornalista de O Estado de S. Paulo, que preferiu não se identificar, disse que a colunista Ruth Manus foi demitida junto com outros trabalhadores. Para ele, existiria um clima de tensão em relação às demissões, mas não diretamente relacionado à divergências políticas da linha editorial.     

O pesquisador Jacques Mick, jornalista e professor de sociologia que integra o Observatório da Ética Jornalística (objETHOS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), avalia que desde 2013 as mídias jornalísticas am por sucessivas reestruturações operacionais, levando a grandes reduções no número de profissionais, e também editoriais.

“Alguns veículos assumiram uma guinada editorial no sentido do governismo, apoiando claramente a deposição de Dilma e sua substituição por Temer, ou assumindo posições políticas cada vez mais conservadoras e alinhadas com esse deslocamento do poder político que acabou dando hegemonia a esse bloco mais conservador e autoritário da sociedade brasileira”, avalia Mick. O sociólogo avalia que O Estado de S. Paulo apoiou o governo Temer e, posteriormente, aderiu ao projeto neoliberal e autoritário de Jair Bolsonaro

“Nada de novo se considerar a longa história do Estadão que, em outros momentos de retrocesso político da história brasileira, também se alinhou as forças mais conservadoras e autoritárias”, acrescenta. 

O pesquisador do objETHOS define que o jornalismo brasileiro teria um “baixo paralelismo político” por apresentar veículos de comunicação distribuídos de acordo com as forças políticas sociais. “A mídia mainstream é fortemente concentrada em posições de centro-direita e de direita, mas não há nenhuma grande mídia de massas no Brasil que se posicione ideologicamente do centro em direção à esquerda do espectro político”, observa.

O Brasil de Fato entrou em contato com o jornal O Estado de S. Paulo, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria

Confira na íntegra a publicação da colunista

“Era uma vez uma moça chamada Ruth, que escrevia para um grande jornal brasileiro. Escreveu durante anos, sobre amor, humor e tantas outras coisas sérias e indispensáveis, com liberdade e boas intenções. Impressionou com seus números de audiência e foi premiada três vezes pelo jornal.

Acreditando, ainda, na liberdade que julgava ter, escreveu no fim de agosto um texto que criticava um candidato à presidência do país. Foi surpreendida com uma ligação do jornal proibindo-a de se manifestar sobre política por prazo indeterminado. Assustou-se, não esperava uma coisa dessas em pleno ano de 2018. Escreveu para o jornal, lembrando-os de que fora contratada para escrever colunas com tema livre e dizendo que essa conduta de censura não fazia sentido para ela, sobretudo pelo fato deles saberem que ela era advogada e professora de Direito.

Como seria possível não falar sobre política? O que não é política? Direito envolve política, minorias envolvem política, feminismo envolve política, sociedade envolve política, relacionamentos envolvem política. Liberdade é pura política- e sua ausência, ainda mais. Disse que não estava disposta a escrever com medo, pisando em ovos e que, caso eles não estivessem dispostos a preservar sua liberdade como colunista, que ficassem à vontade para rescindir o seu contrato.

Algumas semanas depois- ontem, no caso- foi comunicada acerca do seu desligamento.

Saio do Estadão com tranquilidade e com a certeza de que fui absolutamente coerente com aquilo em que acredito. Tenho orgulho da minha trajetória lá dentro, ao longo de quase 5 anos, assim como tenho orgulho da minha saída, sobretudo no momento que o Brasil atravessa. Agradeço a todos os que trabalharam comigo no jornal, agradeço pelo espaço que tive ao longo desses anos e lamento profundamente que a liberdade de expressão já esteja sendo tão relativizada no Brasil.

Continuarei escrevendo com a mesma alegria, com a mesma coragem e com a mesma fé. Quem quiser seguir me acompanhando, será muito bem vindo na minha página do facebook, no meu instagram, no Observador- jornal português no qual escrevo desde 2016 com total respeito e liberdade- e, futuramente, em outros espaços que façam sentido. Obrigada pelos anos de leituras atentas. Seguimos juntos. Isso foi só o começo.”

Editado por: Diego Sartorato
Tags: bolsonarocensuraimprensajornalismojornalistas
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