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África

Imprensa independente denuncia censura e abuso de poder do governo na Zâmbia

Presidente zambiano recém-reeleito fez ameaças ao diretor-chefe de um dos principais jornais do país, The Post

07.mar.2017 às 15h18
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h38
Joanesburgo (África do Sul)
Redação
Manifestação contra fechamento do jornal zambiano The Post

Manifestação contra fechamento do jornal zambiano The Post - Manifestação contra fechamento do jornal zambiano The Post

O fundador e editor-chefe do jornal The Post, um dos principais veículos de comunicação independentes da Zâmbia, Fred M'membe alerta para o atual momento do país africano. Segundo ele, o país a por uma profunda crise com as constantes ameaças e ataques à imprensa.

Fundado em 1991, o Post foi o principal veículo responsável pelas investigações sobre corrupção e abuso de poder do governo do recém-reeleito presidente Edgar Lungu, da Frente Patriótica (Patriotic Front – PF). Segundo M'membe, por isso, ele e sua equipe são alvos frequentes de perseguições. São cerca de 50 ações judiciais movidas contra ele atualmente.

"Há uma tentativa de destruir completamente o Post, de modo que seja impossível reconstruí-lo. Este processo começou anos atrás. Os regimes anteriores se continham um pouco, mas o atual regime não se contém em nada", expõe.

Perseguição

A última edição do relatório lançado pela organização de defesa da liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras indicou que Zâmbia se encontra no posto 114, dos 180 países que integram o índice de liberdade de imprensa.

Shadrack Chiluba*, um jornalista investigativo do Post, afirma que há um cerco aos órgãos de imprensa na Zâmbia. Profissionais trabalham em um ambiente de medo, em que sofrem assédio, são presos e têm suas vidas ameaçadas.

"Se você escreve uma notícia criticando o modo como a Frente Patriótica de Lungu está lidando com a situação, saiba que você receberá ameaças. Se eles te identificam, você sofrerá assédio, e eles estão dispostos a qualquer coisa para silenciar pontos de vista opostos ao deles", denuncia.

Algumas das ameaças são públicas. Em setembro de 2015, durante um discurso em Solwezi, na região noroeste da Zâmbia, o presidente zambiano falou sobre o Post, e seu editor-chefe, em tom ofensivo.

"Quero dizer a Fred M'membe que eu joguei a tampa fora. As linha de combate foram traçadas, mas a verdade é que Fred não pode lutar contra mim porque eu sou Chefe de Estado. Se ele quer lutar contra mim, que lute contra mim. Mas sejamos justos; ele tem o poder do jornal, eu não tenho. Mas a verdade é que M'membe não pode comigo porque eu sou Chefe de Estado… Alefwayafye ukwakufwila (Ele está procurando a morte), eu não vou fechar seu jornal shamwari (meu amigo), mas eu vou te pegar", declarou Lungu, de acordo com o site de notícias Lusaka Voice.

Presidente Edgar Lungu, da Frente Patriótica (Patriotic Front – PF). Foto: Reprodução / Facebook The Mast.

Assédio

M'membe também denuncia que o governo zambiano está usando instituições do Estado para assediar órgãos independentes de comunicação.

No ano ado, a Autoridade Fiscal Zambiana declarou a falência de seu jornal por aproximadamente R$ 1,5 milhão em impostos devidos. O Post contestou o valor e pediu ao Tribunal Fiscal de Recursos a reversão da falência. O Tribunal, que é uma corte especializada em questões fiscais, ordenou que a Autoridade Fiscal Zambiana reabrisse o jornal e devolvesse todo o equipamento confiscado, incluindo as máquinas de impressão e veículos. Esta decisão, até então, não foi cumprida.

Outros órgão de comunicação também não foram poupados. A TV Muvi e as rádios Komboni e Itezhi Itezhi foram fechadas pelo governo em agosto de 2016. A Autoridade dos Meios Independentes de Comunicação (Independent Broadcasting Authority – IBA) suspendeu as licenças de transmissão destes veículos por conduta anti-profissional, alegando que eles representam risco para a paz e a estabilidade nacional.

Alguns meses depois, os veículos foram reabertos. Este movimento foi interpretado como uma forma de intimidação para forçar estes veículos a adotarem a linha do partido no poder, segundo alguns jornalistas locais.

Outra jornalista, Tasilla*, relata que sofreu pressão para "baixar o tom" de suas reportagens. "Eu estou no lado certo da história. Há muita opressão sobre quem é independente e eu sei que isso não está certo e é algo que não devemos tolerar enquanto nação. Se não fizermos algo agora, isso vai continuar. Se isto quer dizer que devo reportar a verdade, vou reportar a verdade. É isso que me conforta", declara.

Capa da primeira edição do The Mast, em novembro de 2016. Foto: Reprodução.

Resistência

Após seu fechamento, o Post ressurgiu com um novo nome, The Mast, e uma pequena equipe de jornalistas que escrevem e imprimem o jornal em um local secreto. O Mast leva adiante a tradição do Post em se manifestar como um veículo de comunicação de esquerda e fortemente vinculado ao Congresso Pan-africano, que articula movimentos populares e sindicais do continente.

Em apoio à liberdade de expressão e história do jornal, a União Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul (National Union of Metalworkers of South Africa – NUMSA) também divulgou uma nota em solidariedade ao veículo.

No documento, a organização relembra que durante o apartheid – regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 – na África do Sul, o povo de Zâmbia cumpriu um papel crítico ao oferecer abrigo para sul-africanos que fugiam da opressão. O governo zambiano daquele período abrigou lideranças do Congresso Nacional Africano (African National Congress – ANC) e do Partido Comunista Sul-africano (South African Communist Party – SA), assim como de outros movimentos de libertação, fornecendo acomodação, treinamento militar e outros apoios.

"O povo de Zâmbia abriu suas casas e seus corações a sul-africanos que corriam perigo. É por este histórico que a NUMSA não pode ignorar a situação em que se encontram as trabalhadoras e trabalhadores das comunicações naquele país. Como sindicato, não ficaremos em silêncio quando são violados princípios democráticos básicos e trabalhadores sofrem", enfatiza a União.

*Nomes foram modificados para proteger as identidades.

**Com informações de Phakamile Hlubi, jornalista e porta-voz sindical da União Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul (National Union of Metalworkers of South Africa – NUMSA).

Editado por: Simone Freire
Tags: áfricaáfrica do sulcensuracomunicação
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