O Atlético Paranaense venceu o Coritiba por 2×0 na noite desta quarta-feira (1) na Arena. Com gols de Crysan e Luis Henrique aos 40 minutos do 1º tempo e Luis Henrique aos 42 da etapa final, o rubro-negro sobe para a oitava posição no campeonato estadual, enquanto o Coxa caiu para sexto lugar. Embora um jogo animado, com pênalti perdido e boas oportunidades para ambos os lados, o que mais marcou o clássico foi o que aconteceu do lado de fora das quatro linhas. A polêmica envolvendo a transmissão do jogo pelas redes sociais Youtube e Facebook.
O imbróglio teve início no último domingo (19), data para qual estava marcada inicialmente a partida. O jogo, porém, foi remarcado em virtude do posicionamento da Federação Paranaense de Futebol (FPF). A entidade impediu a realização do clássico alegando que os profissionais escalados para transmitir a partida pela internet não teriam realizado seu credenciamento e estariam, portanto, inaptos.
Representantes dos clubes alegaram que, caso o problema fosse esse, os profissionais ficariam dentro do estádio, mas fora do campo de jogo. A proposta também não foi aceita. Enquanto isso, a imagem da televisão captou a informação dada pelo quarto árbitro, Rafael Traci. “O pessoal não pode transmitir porque não é a detentora do campeonato. É isso que a gente recebeu de informação. Se continuarem eles dentro de campo, nós não podemos ter essa partida”, disse nas imagens flagradas.
Repercussão
Esta foi a primeira partida de um campeonato profissional de futebol transmitida ao vivo por canais próprios dos clubes. Este tipo de modalidade, que ganha cada vez mais força em outros países e esportes, ainda está engatinhando no Brasil. Mas pode ser duplamente importante.
Em primeiro lugar, pelo fato de que permite aos clubes um maior poder de barganha ao negociar os direitos de transmissão dos seus jogos. Além disso, permite a democratização do o às partidas. Com a internet banda larga cada vez mais disponível e a popularidade dos dongles – pequenos aparelhos que conectados à TV permitem a conexão entre o aparelho e dispositivos móveis – foi possível acompanhar o clássico direto da televisão da sala.
Por outro lado, a Rede Globo de Televisão, detentora dos direitos de transmissão da maioria dos campeonatos de futebol no Brasil, vê mais uma ameaça ao império esportivo construído desde a ditadura militar. Se antes apenas outras emissoras poderiam ameaçar esses direitos, hoje plataformas de vídeos podem vir a se tornar uma ameaça real.
Já entidades como as federações estaduais, acostumadas a tirar seus quinhões dos campeonatos estaduais, precisam acompanhar os novos tempos. Mas para isso é preciso pensar além dos variados feudos eleitorais que garantem eleições para perpetuar dirigentes no poder.
