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Ni una a menos

Opinião | América Latina em alerta: uma a mais, nenhuma a menos

Marchas trouxeram visibilidade para mulheres que tiveram suas vidas alteradas pela violência patriarcal

21.out.2016 às 18h24
Córdoba, Argentina
Isa Paula Morais
Atos aconteceram em diversas cidades da Argentina e de outros países

Atos aconteceram em diversas cidades da Argentina e de outros países - Atos aconteceram em diversas cidades da Argentina e de outros países

Invocavam seus nomes e lhes diziam presentes, reatualizando uma memória que insiste em falhar: era visibilizar mulheres com vidas alteradas por distintos tipos de violência, de modo que algumas culminavam diretamente em uma interrupção forçada de biografias. Em alerta, em alerta que caminha pela América Latina, além de Argentina, também Uruguai, Paraguai, Peru e México foram países que se mobilizaram na última quarta-feira (19) tornando mais audível e visível tantos feminicídios. Na cidade argentina de Córdoba, onde estamos, o número difundido pela polícia – e replicado pelos grandes meios de comunicação – foi de aproximadamente 25 mil pessoas, mulheres e homens, marchando. Pode ser mais, pode ser menos, “ni una menos” e “vivas nos queremos”. Neste momento uma a mais ou nenhuma a menos, importava.
“Más vale macho castrado que cien violando”, “los hombres golpeadores necesitan otras esposas” [em referência às algemas], “disculpen las molestias, nos están matando”, “la madre de Macri no supo abortar”, em stencils que arregalavam os olhos, pelas paredes anteriormente brancas, em silêncio. Também estava a chuva, num quase cair em tormenta. Era difícil não se sentir convocada quando se transitava pelas ruas e se viam mulheres circulando em preto pela cidade, quando já sabíamos o que isso significava. Estávamos em luto, estávamos em dor e queríamos que isso estivesse óbvio: a dor pode anteceder à sanação. Eram gritos em lamento, eram gritos chorosos em esperança. Falar desses cantos em sincronia espontânea por identificação é mencionar uma das bases das marchas, povoando o espaço público com outro som que não aquele preponderante da maquinaria dos carros.
Também outras reivindicações, a exemplo das trabalhistas, se somavam. Aquela quarta-feira também foi dia de paro de uma hora nos trabalhos, entre 13 e 14h. Pelos tantos grupos "whatsappeiros" recebíamos mensagens e sugestões de atividades que os homens poderiam desempenhar nesse dia: “si eres compañero de trabajo, ofrécete para cubrir tu compañera; si eres jefe dales el día a las mujeres que trabajan contigo; si eres maestro, no pases lista mañana; si eres teatrero, cancela los ensayos; si trabajas en cualquier medio de comunicación promueve que sean tus compañeras comunicólogas quienes cubran el paro y las manifestaciones”.
Muito se discutiu sobre as frases que convocavam às marchas, se queria dois termos negativos ou uma expressão afirmativa, em referência à vida e não à morte. O cérebro processa as palavras negativas? Qual seria a estratégia mais eficaz para justificar aquela multidão que saiu do ponto de onde saem a maioria das marchas, entre Colón y Cañada, na de cidade Córdoba? O dia era de encontro, de ler-se as caras, de ver mãos pintadas. Na boca das mulheres, lábios de batom preto. Presença forte de homens.
Essa marcha, desdobrada pelo país, também pode ser considerada uma continuação daquela iniciada na cidade argentina de Rosario, dez dias atrás, que concentrou cem mil mulheres num percurso de quarenta quadras feito, agora, em dez. Se percebia a necessidade de difundir a luta pelo país, de difundir o que muitas haviam vivido em 69 oficinas de discussão, no 31º Encontro Nacional de Mulheres e fazer ecoar a violência dirigida a esse gênero. Era necessário afirmar que, em um contexto de maior criminalização dos movimentos sociais, assim mesmo estávamos nas ruas em grito. Foi uma marcha mais tranquila, sem a tensão que a última carregava.
Escrever é não dar conta de quais foram as sílabas tônicas, qual o ritmo e volume escolhido pelas mulheres para dar ênfase às expressões e redondear os sons que entoaram; é não dar conta da velocidade alternante em que caminharam e correram; é não dar conta do que sentiram ao estarem juntas, avançado e combatendo, cada uma a seu modo. A mensagem é “que no tengan miedo. No hay nada extraño. Que dejen de usar la palaba normal para todo; la palabra normal sáquenla de los diccionarios. Que la sociedad ya está preparada, ya hemos tenido debates en toda la Argentina. La sociedad ya está preparada para que los niños rompan. No hay que tener más miedo, ya se acabó”, disse Martina, ativista das pessoas trans, no Encontro Nacional de Mulheres.

*Isa Paula Morais é jornalista, pesquisadora e mestranda em políticas de comunicação e culturais da Universidade Nacional de Córdoba e brigadista no Movimento Campesino de Santiago do Estero, ligado à Via Campesina (MoCaSe-VC).

Editado por: Redação
Tags: argentinafeminismogrevemulheres
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